Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

2017 – Ano Mariano dedicado à Padroeira do Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil abriu, em 12 de outubro de 2016, o Ano Nacional Mariano para celebrar e fazer memória e ação de graças pelos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, nas águas do Rio Paraíba do Sul.

Nosso Santo Padre, Papa Francisco, ao reconhecer este ano jubilar à Padroeira do Brasil, anunciou a concessão de indulgências plenárias. Os fiéis brasileiros poderão alcançar indulgência durante o Ano Nacional Mariano com as seguintes condições habituais: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Papa.

O documento do Vaticano ainda ressalta que os fiéis verdadeiramente penitentes e impulsionados pela caridade devem, em forma de peregrinação, visitar a Basílica de Aparecida ou qualquer igreja paroquial do Brasil, dedicada a Nossa Senhora Aparecida. No local, deverão devotamente participar das celebrações jubilares ou de promoções espirituais ou ao menos, por um conveniente espaço de tempo, elevarem humildes preces a Deus por Maria.

Para o caso de pessoas idosas ou gravemente doentes que não podem realizar a peregrinação, o documento do Vaticano estabelece uma condição especial para a obtenção das indulgências: Poderão alcançar, se “assumida a rejeição de todo pecado e com a intenção de cumprir onde em primeiro lugar for possível as três condições, espiritualmente se dedicarem diante de alguma pequena imagem da Virgem Aparecida, a funções ou peregrinações jubilares, ofertando suas preces e dores ao Deus misericordioso por Maria”.

Que este ano, tão especial devido ao tricentenário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, seja mais um importante tempo de fé e redenção para o nosso povo. Convidamos todos a seguirem em peregrinação à Basílica de Nossa Senhora Aparecida ou às paróquias irmãs, em todo território nacional, que são dedicadas à Padroeira do Brasil! Um abençoado 2017 para todos nós!

Pastoral da Comunicação NSSC
Informações: CNBB


Nossa História – Ter Família é maravilhoso

Sua História 2 julho 2016 (1)Na metade de um coração humano, experimentamos a plenitude do coração amoroso de Deus.

Ter família e construir uma nova família é maravilhoso, é divino. Mas os desafios são grandes também. E só o verdadeiro amor é capaz de nos dar forças para lutar. Assim é uma parte de nossa história… Casamos em setembro de 2008. Após seis meses de casados, estávamos grávidos. Uma felicidade sem fim. Depois de seis meses de gestação, descobrimos que teríamos uma filha e essa filha foi diagnosticada com um problema muito grave, hipoplasia no lado esquerdo do coração.

A partir disso começou nossa luta para cuidarmos daquela pequena, que tinha metade do coração. Nossa filha precisava nascer num grande centro hospitalar onde faria uma cirurgia assim que nascesse. Depois de quatro meses faria outra e com dois anos de idade faria mais uma cirurgia cardíaca.

Moramos no interior de Minas Gerais; Marmelópolis, sul de Minas. Lugar sem recurso algum para o tratamento. Mas como Deus provê tudo, meu irmão, Pe Júlio César MSC, juntamente com a família MSC nos acolheram na casa da mãe Nossa Senhora do Sagrado Coração em São Paulo. Lá ficamos meses… Muito bem acolhidos em um círculo de pessoas muito iluminadas. E aconteceu… Nossa filha nasceu, passou pela primeira cirurgia e correu tudo bem.

Com quatro meses, ainda estávamos em São Paulo, ela passou pela segunda cirurgia. Deu tudo certo. Voltamos para Minas… Como estava tudo bem com a saúde da menina, os médicos prolongaram o tratamento. Com quatro anos de idade, nossa filha passou pela terceira cirurgia no dia 27 de junho de 2014, dia em que se celebrava a festa do Sagrado Coração de Jesus. Aquele dia, naquela data, só podia ser um sinal de bênçãos… E foi…

Hoje nossa filha está com seis anos. Brinca, vai à escola. Continuamos cuidando muito bem dela… Mas sei que, por intermédio de Nossa Senhora do Sagrado Coração, nossa filha foi curada. Pois aquele era o dia do filho amado, dia do Sagrado Coração de Jesus. Assim concluímos que o amor, a união da família nos faz alcançar graças e passar pelas dificuldades sentindo-nos confortavelmente nos braços do Pai…

Hoje temos mais um filho, Emanuel, que está com quatro anos. Este nasceu com muita saúde. Mais uma benção alcançada na graça de Deus e de Nossa Senhora do sagrado coração.

“Porque Deus estava comigo em Seus braços e eu nem imaginava…”

Edimir, Eliana, Isabela e Emanuel


Dona Dinaura Monteiro As senhoras das Capelinhas

internaQueremos compartilhar com você o bonito testemunho de Dona Dinaura Monteiro que, há vinte anos, juntamente com outras senhoras, se dedica a divulgar a devoção a Nossa Senhora do Sagrado Coração, aqui mesmo, nos arredores do nosso Santuário, através de uma bonita iniciativa, já presente em muitas comunidades assistidas pelos Missionários do Sagrado Coração e pelas irmãs Filhas de N. Senhora do Sagrado Coração, que são as capelinhas de Nossa Senhora. Assim nos relata Dona Dinaura:

“As Capelinhas de Nossa Senhora do Sagrado Coração, existem há muitos anos sempre em missão nas casas, visitando as famílias e participando dos eventos da comunidade. Ela vai de casa em casa, onde as próprias famílias entregam a imagem depois de um tempo determinado, ou também as senhoras da Capelinha levam nas casas com amigos vizinhos e parentes se unem numa só fé rezando todos juntos.

Nossa! Quantas maravilhas e bênçãos vivi junto com as minhas companheiras de oração, com idosos e crianças se alegrando, cantando, rezando o terço e ouvindo a palavra do Evangelho.”

Você também pode ser um zelador ou uma zeladora da Capelinha de Nossa Senhora do Sagrado Coração aí na sua rua, no seu bairro, no seu condomínio. Desta forma, certamente poderá levar o carinho e a proteção de Nossa Senhora para muita gente sedenta do toque de Deus. Basta formar o seu grupo e entrar em contato conosco para maiores orientações de como proceder.

 


Dizimista incansável em favor da Igreja

Mais uma vez conheceremos um pouco mais de uma pessoa que não é paulista e nem paulistana, nem brasileira. No entanto, pode ser considerada tudo isto e também portuguesa:

“Nasci em Vila Maria, em 1942, na então localidade de Régua, hoje cidade de Peso da Régua, mais conhecida, também, como Régua, na região norte de Portugal. Lá vivi até meus 16 anos, quando me mudei para a cidade do Porto. Nesta permaneci por pouco menos de dois anos, quando então, com quase 18 anos, cheguei em São Paulo e vim morar na Vila Formosa, primeiramente na rua Balzac”, conta o senhor Gonçalo de Barros.

A vinda e adaptação não foi muito difícil: “Vim por motivos militares. Como já tinha irmãos que moravam aqui e também já exercia uma profissão, então ficou mais fácil. Praticamente, precisei apenas de uma ‘carta chamada’, de meus irmãos se responsabilizando por mim, para apresentar junto às autoridades e não tive nenhum problema com elas. A viagem durou cerca de 10 dias. Ao chegar, por ser alfaiate, profissão que exerço até hoje, logo consegui um trabalho,” complementa ele.

A participação na igreja e nas celebrações, também se iniciaram em além-mar: “Em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Lapa e de Fátima já eram muito fortes. Fui coroinha, ou melhor, ajudante, pois ajudávamos em tudo no altar, inclusive trocar páginas do missal, como também, mudá-lo de lado. Para isto tínhamos aulas de latim para acompanhar corretamente as celebrações. Tínhamos de estar em plena sintonia com o celebrante. Adorávamos puxar as cordas dos sinos da igreja.

Aqui, logo que cheguei, comecei a frequentar este nosso Santuário e sempre vinha à missa, especialmente, na das 6h30”, rememora Gonçalo.

A participação efetiva, já na vida adulta, demorou um pouco mais, e veio como consequência do Concílio Vaticano II: “Na década de 1970, o Pe. Victório de Almeida, convocou alguns leigos para um curso de treinamento para leitores, cantores, ministros, entre outras funções. Participamos em cerca de 30 pessoas, lembro-me, por exemplo, que participaram a Isabel, que toca e canta na missa até hoje, e a Cordélia. Eu passei a participar das missas como leitor, Ministro da Eucaristia, e Ministro dos enfermos”, relembra ele, sorrindo e tentando lembrar outros nomes que a memória não quer ajudar…

Alguns anos depois, uma nova pastoral exigia seus trabalhos e preocupações: “Em 1984 o saudoso Pe. José Roberto Bertasi chegou para coordenar nossa comunidade. E, como a Igreja já vinha insistindo há algum tempo, ele resolveu implantar o dízimo, por volta do ano de 1986. Eu fazia parte também do Conselho Paroquial, e, juntos, começamos a pensar nas reformas do Santuário. Uma das primeiras atividades foi o fechamento do pátio com a colocação das grades, pois havia muita insegurança em nossos pátios. Desde o início apaixonei-me por este trabalho e, graças ao dízimo pudemos e podemos manter muitos trabalhos e atividades. A implantação foi dificílima, pois havia muita resistência entre os paroquianos e pouca gente para se preparar e responder as possíveis questões que vez ou outra ainda nos fazem.

Por alguns domingos, participava de todas as missas para falar do dízimo. Hoje, consideramos que está bem implantado, apenas precisamos ampliar o número de dizimistas, pois para manter esta estrutura tão grande, fica muito caro. Estamos com cerca de 1.250 dizimistas, mas temos potencial para muito mais. Temos uma equipe sólida, colaboradora e confiante. Além da coordenação da nossa equipe, também sou coordenador da Pastoral do Dízimo da Região Belém e, participo da coordenação arquidiocesana. Meu envolvimento nos trabalhos da igreja é uma forma de agradecer a Nossa Senhora, por tantas graças que recebi, em toda a minha vida”, finaliza o senhor Gonçalo, completando: “hoje temos, inclusive, como padroeira, Nossa Senhora do Dízimo, devoção que começou em 2009, em Moçambique, na África”.

Miguel Mota


Do Sertão Paraibano, para Vila Formosa

Entrevista-01Nesta edição conheceremos melhor um casal paraibano: “Nasci em Mamamguape, na Paraíba, em 1941. Perdi minha mãe aos nove anos e, por ser a mais velha, eu cuidava dos meus três irmãos menores e do meu pai. No entanto, meu pai faleceu três anos depois, quando eu tinha 12 anos. Depois disso nos separamos e cada um foi para uma família diferente. Eu fui morar na casa de uma senhora que me ensinou a rezar muito, ou melhor, minha mãe já havia ensinado e ela deu continuidade. No trabalho, também, pois continuei a trabalhar na roça. Aos 14 anos um tio me encontrou e me levou para morar com ele em Rio Tinto, cidade vizinha, onde fui trabalhar numa tecelagem”, conta, Dona Maria Ana da Costa, mais conhecida como Dona Maria.

“Eu nasci em Rio Tinto, também na Paraíba, em 1941. Eu trabalhava na tecelagem e havia e havia estudado no Senai. Nós nos conhecemos porque ela fez um curso na tecelagem e me convidou para ser seu paraninfo. Desde então não nos separamos mais”, complementa o Sr. José Freire da Costa.

Como normalmente acontece, no início a participação na igreja era pouquíssima: “lá eu sempre ia na missa aos domingos. Ele, não, raríssimas vezes ia. Eu fiz parte das Filhas de Maria, grupo que deixei quando me casei.

Entrevista-02Nós nos casamos em 1963, dois anos depois tivemos nosso primeiro filho, José Carlos. Em 1966, viemos para São Paulo e fomos morar num pensão, junto com um irmão dele, aqui próximo na rua Arapoca. Dois meses depois fomos para o Carrão, na rua Juru”, relembra dona Maria. “Eu quando vim para cá, já vim indicado para trabalhar na tecelagem Guilherme Giorgi, onde fiquei por cerca dois anos e depois fui para outras. Na rua Juru, ficamos por cerca de um ano e meio, quando nos mudamos para aqui próximo dos correios, no “Buraco Quente”. Aqui em São Paulo tivemos outros três filhos: Jonas, Joel e a única filha, Josie”, acrescenta o Sr. Freire.

Sempre se preocuparam com os estudos dos filhos: “eu não pude estudar. Eu via as freiras com os alunos lá na Paraíba e pensava um dia estudar, mas principalmente, colocar meus filhos numa escola de freira. Aqui, conseguimos que estudassem no Externato e depois no Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração. Fomos muito criticados por morar numa casa simples e pagar escola particular para os filhos. Mas hoje vemos o resultado e não nos arrependemos”, conta emocionada. Somente em 1995, graças a Irmã Lezir, que preparou a Josie e eu para sermos catequistas e me incentivou a estudar. Foi quando cursei o primeiro grau e concluí o segundo grau no ano de 2000. Nesta época já morávamos em Itaquera. Hoje moramos no Jd. Imperador, mas nunca deixamos de frequentar aqui. Inclusive hoje sou catequista novamente” complementa, novamente emocionada.

 

Entrevista-03Atualmente, o casal ajuda na Pastoral do Menor, todas as tardes de sábado: “O Pe. Manoel que nos ‘arrastou’ para lá. Porém, o Freire foi sempre nosso motorista nos levando para lá e para cá, de acordo com as necessidades. Sou muito grata a Nossa Senhora do Sagrado Coração, por muitas graças que me concedeu, especialmente por ter parado de fumar, pois fumava muito e quando tive minha filha, fiquei desesperada, pois o leite secou. Implorei a Ela e por volta de meia hora voltou e não secou mais”, finaliza ela.

 

Miguel Mota.


Participante desde o início da comunidade

devotos1Conheceremos mais uma paulistana que contribuiu e ainda contribui nos trabalhos da comunidade: “Nasci na Barra Funda, em 1935.

Pouco depois fomos morar no centro e aos cinco anos mudamo-nos para Vila Formosa. Nós frequentávamos as missas na igreja que havia na, hoje, Praça Sampaio Vidal. Foi nela, também, que fiz minha primeira eucaristia. A crisma recebi no atual Santuário, como também o matrimônio, em 1962, com Fausto de Lima, que era da Congregação Mariana. Minha mãe, Cynira, foi uma das fundadoras do Apostolado da Oração da nossa comunidade” conta dona Beatriz Nogueira Marques de Lima.

Participou ativamente das atividades em prol da construção do Santuário: “ajudamos muito na campanha “Dei um terço para Nossa Senhora”, como também por ocasião da coroação em 1954. Nesta havia as “miniaturas da coroa” às quais vendemos muitas para ajudar na campanha pela coroa. Tínhamos sempre o apoio e companhia do Pe. Francisco Jansem”, complementa ela.

devotos2Como agente pastoral, iniciou também cedo:“eu dava catequese na minha casa e também na casa das famílias, na década de 1950. Participei, também, das “Filhas de Maria”, do Encontro de Casais, ministramos Curso de Noivos, participávamos do Coral (na missa das 9h e missas solenes – cantávamos somente em latim). Ultimamente, desde 2007, faço parte como líder da pastoral da criança da nossa comunidade.

Apenas da quermesse que nunca gostamos e até hoje não participamos.

No entanto, sempre participamos das procissões e das memoráveis paradas mariais. Normalmente íamos até a Paróquia São Benedito para encontrar com os romeiros que vinham da Água Rasa. Havia sempre, também, um enorme bolo que era repartido entre os romeiros e era carregado em cima de um caminhão. Aos domingos, havia sempre, onde hoje é bazar das velas, café, bolo de fubá, pão com mortadela, café com leite. Muita gente vinha tomar café ali. A arrecadação era sempre para ajudar na construção do santuário. Das procissões, especialmente as noturnas, do tempo da quaresma, não me esqueço nunca de nossos véus sendo queimados pelas velas”, finaliza sorrindo.

Miguel Mota


Músico no carrilhão, por pouco tempo

Francisco-01-PaisNeste mês conheceremos um pouco mais do paulistano, Sr. Francisco Egídio Fonseca, com uma pequena participação de sua esposa, Sra. Sandra Maria Manilha Fonseca: “Nasci aqui na Vila Formosa, em 1953, na então rua do Caguaçu, atual Rua Angá. Meus pais sempre participaram da comunidade, inclusive casaram-se na nova igreja em construção, hoje o Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Foi nesta igreja que fui batizado e participei da catequese onde recebi o primeira eucaristia e a crisma”, conta ele. “Eu também nasci aqui próximo, porém, tive participação maior na Nossa Senhora de Lourdes. Depois, quando começamos a namorar e quando vim morar por aqui, frequentávamos sempre as missas no santuário, especialmente a dos jovens, às 10h30”, completa ela.

Poucas pessoas tocaram ou tocam o famoso carrilhão do Santuário: “Minha mãe era amiga da esposa do Sr. Darci Ferrari. Por muito tempo era só ele quem tocava. Porém, no início da década de 1970 ele deixou de tocar. Eu sempre fui músico e sou professor de música. Tocava violão, por exemplo, desde criança. E, algumas vezes, acompanhei-o até o carrilhão e pude observá-lo tocando. O Sr. Delfim, então sacristão, convidou-me para experimentar tocar o carrilhão. Foi aí que comecei e por três anos, 1974, 1975 e 1976, tocava sempre. Participávamos da missa das 10h30, inclusive eu cantava no coral, e todos os domingos das 15h às 16h tocava o carrilhão em preparação à então tradicional missa das 16h30. No último domingo do mês de maio, dia da festa, tocava especialmente na recepção das romarias. Neste período, somente eu tocava lá. Eu também fazia a manutenção, com a ajuda do Sr. Delfim, do maquinário, especialmente lubrificando-os. Também conheci o carrilhão da Sé com a ajuda do Sr Wilson que fazia a manutenção dos relógios daqui e da Catedral da Sé. O carrilhão da Sé estava completamente abandonado, não era possível tocá-lo”, complementa o Sr. Francisco.

Francisco-02-Pais

Dois fatos são marcantes, com relação ao carrilhão: “Nunca tirei foto lá em cima. No entanto lembro-me que em 1976, o jovem jornalista, Carlos Nascimento, veio com uma senhora holandesa para que ela tocasse o carrilhão. Primeiro foram à catedral, mas não gostaram. Como era paraplégica, foi necessário carregá-la até o local, escada acima. No entanto, tocou bastante e usou alguns protetores nos dedos feito com couro de carneiro. Inclusive deu alguns para mim”, relembra sorrindo.

“Um outro fato foi por ocasião do natal, também de 1976. A TV Cultura preparou um especial para o natal e veio gravar uma música aqui. Fiquei mais de seis horas, mas conseguiram a gravação que queriam, pouco mais de três minutos. Inclusive, alguns meses depois me enviaram um cachê por participação no programa especial de natal”, conclui, também, sorrindo.

Francisco-04-Coral-dec-1970“Porém, em 1977 comecei a faculdade, e o tempo diminuiu muito, e, a mudança para outro bairro dificultou ainda mais a participação.

Há alguns anos, frequentamos outra comunidade, mas vez ou outra, participamos de alguma celebração aqui”, finaliza ele.

 

 

Miguel Mota

 


Vizinhos de Nossa Senhora do Sagrado Coração

santuario1Creio que desde que começamos esta coluna de entrevista, está é a primeira vez que conheceremos um pouco mais de um casal que nasceu e sempre viveu próximo ao Santuário:

“Nasci na Vila Guarani em agosto de 1968. Como minha família era de Mato Grosso do Sul, meus parentes moravam todos lá e também lá fui batizado, no natal do mesmo ano.

Ao retornar, minha mãe sempre me levava, como também meus irmãos, à igreja da Natividade do Senhor”, conta Milton Gonçalves de Lima. “Eu nasci aqui na Vila Formosa mesmo, na Rua Pierrotinho, em janeiro de 1971.

Minha mãe dava tanta importância ao batismo que ele deveria acontecer o mais rápido possível, e, normalmente, nem participava, pois ficava em casa devido ao resguardo. complementa, Maria Regina Rocha de Lima.

Alguns acontecimentos nos chamam a atenção. E cada um faz uma leitura/interpretação diferente. Como cristãos, normalmente interpretamos como vocação/chamado: “Há três chamados em minha vida que não me esqueço. O primeiro foi com o falecimento
de minha mãe, com leucemia.

Ao ser visitada por uma pessoa esta disse que a curaria desde convertesse à igreja dele. Ela simplesmente respondeu ‘nasci católica, vivi católica e vou morrer católica’. Aos 10 anos de idade, isto me marcou . Fiz a primeira eucaristia, perseverança e crisma, mas depois, até por convivência com alguns colegas acabei me afastando da igreja.

santuario3Até que um dia fui assaltado e saí muito machucado, inclusive com duas costelas quebradas. Foi então que senti o segundo
chamado: Pedi a Deus para que eu encontrasse alguém para ajudar a cuidar de mim.

Encontrei, então, minha atual esposa, Regina. E por muito tempo fiquei conhecido como o ‘namorado da Regina’, inclusive
no casamento, colocaram uma faixa para nos homenagear e colocaram meu nome errado. O terceiro aconteceu há poucos anos quando o Pe. Manoel nos convidou para sermos ministros extraordinários da eucaristia. Desde então comecei a participar mais ativamente das pastorais e ser conhecido não mais como “o namorado da Regina”, mas sim como o Miltinho”, relembra
sorrindo…

santuario“Sempre participei da igreja, aqui no Santuário. Fiz a primeira Eucaristia, perseverança, Crisma e já continuei sendo catequista. Apenas o encontro de casais que fizemos no Ipiranga, porque logo que nos casamos queríamos fazê-lo o quanto antes. Como aqui
aconteceria somente no ano seguinte, então fizemos lá o Encontro de Casais com Cristo (ECC). Por algum tempo ainda continuamos com os trabalhos resultantes do encontro. Depois começamos a participar, como apoiadores, do FORMAR aqui. E quando o Miltinho começou a participar efetivamente automaticamente fomos participando de diversos trabalhos, como Equipe
de Festas, Pastoral da Família, até então ajudávamos nas festas, mas aí assumimos uma equipe e era muito trabalho, das 14h até 23h. Começas a nos questionar sobre nossa convivência em casa com nossas três filhas: Giovanna, Giulia e Giuliana. Foi então que
decidimos que deveríamos diminuir os trabalhos”, completa Regina.

Atualmente continuam no Ministério da Eucaristia e na Pastoral Familiar (e respectivos círculos) e o Miltinho participa ainda da Pastoral da Solidariedade e do Terço dos Homens “com menos trabalhos sobrou mais tempo para nossa família. Senão estaríamos
sendo contraditórios entre a participação na igreja e em casa. O que me questionava sempre, também, é que a gente tinha muita festa nos finais de semana com os casais que tínhamos contato. Uma vez fizemos aqui em casa, mas antes dissemos que rezaríamos o terço. A partir daí sempre rezamos em nossos encontros “sociais”. Em 2011 fizemos nossa primeira caminhada nos “Caminhos da Fé”. Fomos, à pé, de Paraisópolis, sul de Minas até Aparecida. Foi uma experiência Maravilhosa.

Também lá notamos que muita gente só caminhava. Então dissemos que faríamos diversas paradas para rezar.
Há poucos dias repetimos a caminhada. Desta vez com três amigos e um parente. Fizemos da mesma forma, ou seja, percebemos que não dava para caminha e rezar, pois o cansaço não nos permitia concentrar na oração e na contemplação da natureza. Então
fizemos diversas paradas para rezar”, conta Miltinho. “Interessante que outras pessoas acabaram se associando a nós nesta maneira de caminhar. E nós já recebemos muitas graças sob a intercessão de Nossa Senhora, a principal delas foi esta casa, foi a primeira e única que visitamos e a Caixa Econômica aprovou o financiamento, em 2008, e em pouco tempo viemos morar aqui.

santuario2

 

 

 

 

 

 

Em 14 de maio próximo comemoraremos 20 anos de vida matrimonial com a Graça de Deus e intercessão de Nossa Senhora do Sagrado Coração” finaliza Regina.

Miguel Mota

 


Da Consolação à Vila Formosa

homePelo título, parece que ela veio de muito longe. Mas não. Mais uma vez conheceremos uma paulistana que nasceu bem próximo ao centro da capital paulista: “Nasci em 1939, no bairro da Consolação. No ano seguinte fui batizada na igreja Nossa Senhora da Consolação. Por volta de 1944 fui crismada na Igreja de São José do Belém. Em 1947 mudamo-nos para a Água Rasa e cinco anos depois, em 1952, mudamos para Vila Formosa”, conta Célia Pires da Silva.

A mudança da região central para a então periferia, mostrou uma diferença radical: “Logo que chegamos já conhecemos bem o bairro. Fomos morar na Av. Trumain.

Havia um córrego e chovia muito naquele dia. O caminhão nem conseguiu chegar e tivemos de carregar toda a mudança, pois além da lama havia um córrego que tínhamos de atravessar. Minha mãe só chorava. Sem contar que trouxemos, também, uma cabra de leite, pois o terreno era grande”, relembra ela sorridente e emocionada.

Antes de se mudar, ainda não conhecia o título de Nossa Senhora do Sagrado Coração: “Pouco depois que chegamos começamos a frequentar as missas aqui no santuário. Nunca tínhamos ouvido falar desta devoção.

Também não vínhamos regularmente à igreja e, portanto, não participávamos das celebrações todos os domingos.

Inicialmente começamos com a missa das 18h. Logo conhecemos a novena perpétua e começamos a participar da das 16h30. Lembro-me, também, da grandiosa festa da coroação papal em 1954. Chovia muito e jogaram muitos coraçõezinhos. Gostávamos de participar das quermesses também”, conta ela.

Na década de sessenta não houve tantas mudanças em nível de participação, mas somente ao final da seguinte: “Em 1963 casei-me com o Aristeu Maurício da Silva (que já foi entrevistado e sua entrevista foi publicada na edição de setembro/2009). Continuei apenas vindo a missa esporadicamente.

Em maio de 1978 perdi minha mãe.

Fiquei muito abalada, totalmente sem referência. Em fevereiro de 1979 fomos convidados e participamos do 79º Encontro de Casais com Cristo (ECC).

interna1Desde então participamos ativamente da comunidade. Isso ajudou-me muito a superar a ausência de minha mãe, graças a Nossa Senhora do Sagrado Coração. O Aristeu sempre participou.

Eu, porém, somente após este encontro”, rememora emocionada.

O ECC foi a porta e depois vieram muitos trabalhos: “O Armindo sempre me chamava para fazer alguma leitura na missa das 18h, que era conhecida como a celebração da família.

Certa vez o Pe. Victório se aproximou de nós e nos disse ‘vocês têm cara de Batismo’. Começamos então a participar da pastoral do batismo, onde permanecemos por cerca de quatro anos. Do ECC adotamos o costume de nos chamar de compadre/comadre e até hoje alguns casais nos tratamos assim. Participamos, também, da pastoral familiar, visitação, curso de noivos, FORMAR. Do FORMAR fomos um dos casais fundadores, quando deixamos de participar do ECC setorial e construímos nosso próprio encontro de casais. Há pouco tempo foi celebrado seus 25 anos de existência.

Nas quermesses ajudamos em diversas barracas, como a da argola, do coelhinho, quentão, pipoca, entre outras.

Desde a década de 1990 participamos da fraternidade leiga dos Missionários do Sagrado Coração. Desde o final da década de 1990 ajudo na coordenação da equipe de liturgia e desde 1995 sou funcionária da paróquia”, conta Célia.

Expõe, finalmente, que recebeu muitas graças: “são inúmeras. Apenas para ilustrar, lembro-me de duas mais recentes. Eu estava na praia e um ladrão se aproximou para nos assaltar.

interna2Eu virei e falei tanto ‘ai minha Nossa Senhora do Sagrado Coração….’ que o ladrão foi embora e não me roubou. A outra foi que eu estava saindo de casa e, do nada, apareceu um motoqueiro. Ele bateu no meu carro e caiu logo na frente. Perguntei se estava bem e ele respondeu que sim, apenas um pequeno arranhão na palma da mão. Ele foi até a moto e pedalava mas a moto não pegava.

Supliquei novamente Nossa Senhora do Sagrado Coração e na tentativa seguinte a moto ligou e ele foi embora sem qualquer problema”,  finaliza ela sorrindo.

Há duas semanas Célia e Aristeu celebraram 50 anos de casados.

Miguel Mota

Fotos: www.facebook.com/celia.pires.520


Ministros do Senhor – Toninho e Maria Domingas

internaConheceremos um pouco mais, nesta edição, um casal que frequenta nosso santuário desde a década de 1950:

“Nasci na Mooca, em fevereiro de 1945.

Portanto, sou paulistano. Por volta de 1950 vimos morar aqui na Vila Formosa.

Estudei dois anos no Externato Nossa Senhora do Sagrado Coração e tinha de ir à missa todo domingo. Havia,inclusive, uma carteirinha de controle onde era carimbada para confirmar a presença na missa”, conta Antonio Corda, mais conhecido como Toninho.

“Eu nasci no interior de São Paulo, em Rinópolis, uma pequena cidade na região de Presidente Prudente, em julho de 1947. Pouco depois mudamos para Oswaldo Cruz, onde fiz minha primeira eucaristia, e depois para Lucélia. Em 1962 mudamos para a capital e vimos morar na Vila Formosa. Eu cheguei no meio da semana e no domingo já vim para a missa no Santuário juntamente com uma prima que já morava aqui há algum tempo. Encantei-me com Nossa Senhora do Sagrado Coração e desde então sempre participei das celebrações”, completa Maria Domingas Miron Esteves Corda.Por muito tempo apenas iam à missa:

interna2“Depois que mudei para a escola pública, não ia mais à missa. Apenas nas procissões ficava nas calçadas olhando as meninas que passavam”, lembra Toninho, sorrindo. “Eu nunca deixei de ir à missa. Ele somente voltou quando começamos a namorar.

Por dois anos encontrávamos sempre no ônibus, daqui até o Belém. Eu ia para o trabalho, num escritório e ele para a escola, Saldanha Marinho. Neste período a gente ‘só tirava linha’, acrescenta Maria, também sorrindo, e explica: “tirar linha é o mesmo que paquerar”.

O encontro de pais das crianças da catequese e o Formar marcaram o casal e o início nos trabalhos da Igreja “começamos a namorar em 1964 e nos casamos em 1973. Por sinal, nosso namoro era assim: a gente ia à missa às 18h, mas ela tinha de chegar em casa no máximo às 20h30. Relembra ele. Após o casamento continuamos apenas indo à missa. Somente quando nossa filha mais velha estava se preparando para fazer a primeira eucaristia, no Colégio das irmãs, em 1985, fomos participar do encontro de pais e fomos muito bem acolhidos pelo saudoso Pe. Bertasi. Na sala havia apenas uma mesa e os pais todos estávamos sentado no chão. Ele se aproximou de cada casal, conversou e refletiu delicadamente com cada um sobre a participação na igreja. Desde então começamos a ajudar na igreja”, complementa ela. “Mas o que marcou mesmo, nossa participação ativa na igreja foi o Formar. Em 1989 fomos acolhidos de maneira impar pelo Sr. Armindo e Sr. João Bosco. Logo depois ajudamos nos Encontros de Noivos e quermesse (barraca da fogazza), depois assumimos a coordenação da Pastoral do Batismo e somos membros da Equipe de Festas. Além dessas duas, sou membro da Pastoral Fé e Compromisso Social da Região Belém, por alguns anos eu atuei como ministro extraordinário do Batismo e do Matrimônio e ela até hoje é Ministra Extraordinária da Eucaristia, conclui ele.

interna3interna4Graças alcançadas? Ao menos dois momentos marcaram muito a vida do casal “a primeira foi quando nossa filha engravidou aos 16 anos. Assumimos o desafio de ajudar, a criança nasceu e pouco tempo depois os pais casaram.

Nossa Senhora do Sagrado Coração foi quem mais nos deu força neste tempo”, lembra Maria. “No ano passado tive um problema sério de saúde. Após alguns exames passei por duas cirurgias sendo uma referente a um câncer. Graças a Deus e a Nossa Senhora do Sagrado Coração estou totalmente curado e nem quimioterapia precisei fazer, pois foi identificado bem no início” finaliza ele, emocionado. E ela acrescenta, com confirmação dele “neste tempo de convivência na Igreja, podemos afirmar que são tanto amigos que temos que muitos deles parecem que são nossos irmãos de sangue”!

As fotos são do Arquivo do casal.

Miguel Mota


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