Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Conclusão do ciclo paroquial – Editorial de Pe. Air José MSC

PE AIR 2014 - FOTO RODRIGO DOMINGUESEm janeiro de 2009, eu chegava ao bairro de Vila Formosa, para cuidar do Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Em especial, dos paroquianos e devotos de Maria. Senti-me acolhido por nossa mãe, Nossa Senhora do Sagrado Coração. Há um olhar sempre terno na sua imagem. Nas primeiras missas eu pedia que ela não me desamparasse. O meu pedido foi atendido. Ela é a fiel intercessora. Há um sentimento muito especial em estar perto dela. Sinto-me abraçado quando estou aos seus pés e, diante do altar, celebrando a Eucaristia. Percebo-me seguro, encorajado a viver este mistério da paixão, morte e ressurreição de Jesus, como se fosse o último instante. É um sentimento divino deixar-me ser amado e acolhido por ela.

Confesso que havia um frio na barriga pela dimensão do trabalho, mas ao mesmo tempo estava confiante. Quanto mais desafiador o projeto, mais nos preparamos e oferecer o melhor que eu podia era o propósito. Assim o fiz.

A minha dinâmica de trabalho é sempre centrada nas oportunidades. Gosto de observar – marca da mineiridade – e depois agir. A ordem é essa, mas esse “depois” não demora muito a acontecer. Isso se deve a uma ideia segundo a qual a evangelização urge e a maneira de não deixar estancar a vontade de fazer alguma coisa precisa ser cuidada. Toda obra traz o risco de acomodar-se e entrar numa zona de conforto. E quando isso acontece a paróquia não evangeliza, não se torna testemunho e não faz bem o que é chamada a fazer. Por isso, envidei esforços para que a comunidade se mobilizasse, se sentisse protagonista do anúncio do evangelho. Se posso, devo fazer.

Nestes seis anos, o mundo girou por aqui, confesso. Foram seis anos de intenso trabalho. Ver a comunidade se movimentando e se reinventando era maravilhoso. Sei que aos olhos de Deus este Santuário foi alvo de muitas bênçãos pela adesão ao trabalho e pela fidelidade na participação. Devo admitir que gostaria de fazer mais. Muito mais. Este Santuário tem mais capacidade e potencial de transformação.

Nesse editorial de ação de graças, preciso enfatizar isso. Um agradecimento todo especial à comunidade que não se intimidou diante das dificuldades aparentes e das lutas que pareciam intermináveis: reformas, vitrais, pinturas e outras coisas. Um agradecimento aos movimentos e pastorais, a todos indistintamente, pela acolhida e pelo carinho. Tudo seria um fracasso se não estivéssemos juntos. Outro agradecimento aos paroquianos que, todos os domingos ou dias de semana, estiveram presentes às missas. Sinto-me feliz e realizado ao celebrar com vocês a Eucaristia. Deus os abençoará sempre.

Aos funcionários, minha sincera alegria por ter convivido mais de perto com vocês, especialmente a Erli, que do céu nos acompanha e reza por nós.

Estou indo, com uma ponta de tristeza por deixar um trabalho, mas feliz por realizar a missão que me havia proposto. Acredito ter sido para mim um tempo de graça. Aqui experimentei plenamente a graça de Deus. Ele derramou sobre nós toda a sua força e, por isso, devemos mostrar nossa gratidão em nossas orações.

Recebam com carinho e generosidade os Padres Valdecir e Reuberson. Eles têm muito a oferecer e farão um belo trabalho.

Obrigado e até! 

Pe. Air José de Mendonça MSC