Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Da Consolação à Vila Formosa

homePelo título, parece que ela veio de muito longe. Mas não. Mais uma vez conheceremos uma paulistana que nasceu bem próximo ao centro da capital paulista: “Nasci em 1939, no bairro da Consolação. No ano seguinte fui batizada na igreja Nossa Senhora da Consolação. Por volta de 1944 fui crismada na Igreja de São José do Belém. Em 1947 mudamo-nos para a Água Rasa e cinco anos depois, em 1952, mudamos para Vila Formosa”, conta Célia Pires da Silva.

A mudança da região central para a então periferia, mostrou uma diferença radical: “Logo que chegamos já conhecemos bem o bairro. Fomos morar na Av. Trumain.

Havia um córrego e chovia muito naquele dia. O caminhão nem conseguiu chegar e tivemos de carregar toda a mudança, pois além da lama havia um córrego que tínhamos de atravessar. Minha mãe só chorava. Sem contar que trouxemos, também, uma cabra de leite, pois o terreno era grande”, relembra ela sorridente e emocionada.

Antes de se mudar, ainda não conhecia o título de Nossa Senhora do Sagrado Coração: “Pouco depois que chegamos começamos a frequentar as missas aqui no santuário. Nunca tínhamos ouvido falar desta devoção.

Também não vínhamos regularmente à igreja e, portanto, não participávamos das celebrações todos os domingos.

Inicialmente começamos com a missa das 18h. Logo conhecemos a novena perpétua e começamos a participar da das 16h30. Lembro-me, também, da grandiosa festa da coroação papal em 1954. Chovia muito e jogaram muitos coraçõezinhos. Gostávamos de participar das quermesses também”, conta ela.

Na década de sessenta não houve tantas mudanças em nível de participação, mas somente ao final da seguinte: “Em 1963 casei-me com o Aristeu Maurício da Silva (que já foi entrevistado e sua entrevista foi publicada na edição de setembro/2009). Continuei apenas vindo a missa esporadicamente.

Em maio de 1978 perdi minha mãe.

Fiquei muito abalada, totalmente sem referência. Em fevereiro de 1979 fomos convidados e participamos do 79º Encontro de Casais com Cristo (ECC).

interna1Desde então participamos ativamente da comunidade. Isso ajudou-me muito a superar a ausência de minha mãe, graças a Nossa Senhora do Sagrado Coração. O Aristeu sempre participou.

Eu, porém, somente após este encontro”, rememora emocionada.

O ECC foi a porta e depois vieram muitos trabalhos: “O Armindo sempre me chamava para fazer alguma leitura na missa das 18h, que era conhecida como a celebração da família.

Certa vez o Pe. Victório se aproximou de nós e nos disse ‘vocês têm cara de Batismo’. Começamos então a participar da pastoral do batismo, onde permanecemos por cerca de quatro anos. Do ECC adotamos o costume de nos chamar de compadre/comadre e até hoje alguns casais nos tratamos assim. Participamos, também, da pastoral familiar, visitação, curso de noivos, FORMAR. Do FORMAR fomos um dos casais fundadores, quando deixamos de participar do ECC setorial e construímos nosso próprio encontro de casais. Há pouco tempo foi celebrado seus 25 anos de existência.

Nas quermesses ajudamos em diversas barracas, como a da argola, do coelhinho, quentão, pipoca, entre outras.

Desde a década de 1990 participamos da fraternidade leiga dos Missionários do Sagrado Coração. Desde o final da década de 1990 ajudo na coordenação da equipe de liturgia e desde 1995 sou funcionária da paróquia”, conta Célia.

Expõe, finalmente, que recebeu muitas graças: “são inúmeras. Apenas para ilustrar, lembro-me de duas mais recentes. Eu estava na praia e um ladrão se aproximou para nos assaltar.

interna2Eu virei e falei tanto ‘ai minha Nossa Senhora do Sagrado Coração….’ que o ladrão foi embora e não me roubou. A outra foi que eu estava saindo de casa e, do nada, apareceu um motoqueiro. Ele bateu no meu carro e caiu logo na frente. Perguntei se estava bem e ele respondeu que sim, apenas um pequeno arranhão na palma da mão. Ele foi até a moto e pedalava mas a moto não pegava.

Supliquei novamente Nossa Senhora do Sagrado Coração e na tentativa seguinte a moto ligou e ele foi embora sem qualquer problema”,  finaliza ela sorrindo.

Há duas semanas Célia e Aristeu celebraram 50 anos de casados.

Miguel Mota

Fotos: www.facebook.com/celia.pires.520