Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Dizimista incansável em favor da Igreja

Mais uma vez conheceremos um pouco mais de uma pessoa que não é paulista e nem paulistana, nem brasileira. No entanto, pode ser considerada tudo isto e também portuguesa:

“Nasci em Vila Maria, em 1942, na então localidade de Régua, hoje cidade de Peso da Régua, mais conhecida, também, como Régua, na região norte de Portugal. Lá vivi até meus 16 anos, quando me mudei para a cidade do Porto. Nesta permaneci por pouco menos de dois anos, quando então, com quase 18 anos, cheguei em São Paulo e vim morar na Vila Formosa, primeiramente na rua Balzac”, conta o senhor Gonçalo de Barros.

A vinda e adaptação não foi muito difícil: “Vim por motivos militares. Como já tinha irmãos que moravam aqui e também já exercia uma profissão, então ficou mais fácil. Praticamente, precisei apenas de uma ‘carta chamada’, de meus irmãos se responsabilizando por mim, para apresentar junto às autoridades e não tive nenhum problema com elas. A viagem durou cerca de 10 dias. Ao chegar, por ser alfaiate, profissão que exerço até hoje, logo consegui um trabalho,” complementa ele.

A participação na igreja e nas celebrações, também se iniciaram em além-mar: “Em Portugal a devoção a Nossa Senhora da Lapa e de Fátima já eram muito fortes. Fui coroinha, ou melhor, ajudante, pois ajudávamos em tudo no altar, inclusive trocar páginas do missal, como também, mudá-lo de lado. Para isto tínhamos aulas de latim para acompanhar corretamente as celebrações. Tínhamos de estar em plena sintonia com o celebrante. Adorávamos puxar as cordas dos sinos da igreja.

Aqui, logo que cheguei, comecei a frequentar este nosso Santuário e sempre vinha à missa, especialmente, na das 6h30”, rememora Gonçalo.

A participação efetiva, já na vida adulta, demorou um pouco mais, e veio como consequência do Concílio Vaticano II: “Na década de 1970, o Pe. Victório de Almeida, convocou alguns leigos para um curso de treinamento para leitores, cantores, ministros, entre outras funções. Participamos em cerca de 30 pessoas, lembro-me, por exemplo, que participaram a Isabel, que toca e canta na missa até hoje, e a Cordélia. Eu passei a participar das missas como leitor, Ministro da Eucaristia, e Ministro dos enfermos”, relembra ele, sorrindo e tentando lembrar outros nomes que a memória não quer ajudar…

Alguns anos depois, uma nova pastoral exigia seus trabalhos e preocupações: “Em 1984 o saudoso Pe. José Roberto Bertasi chegou para coordenar nossa comunidade. E, como a Igreja já vinha insistindo há algum tempo, ele resolveu implantar o dízimo, por volta do ano de 1986. Eu fazia parte também do Conselho Paroquial, e, juntos, começamos a pensar nas reformas do Santuário. Uma das primeiras atividades foi o fechamento do pátio com a colocação das grades, pois havia muita insegurança em nossos pátios. Desde o início apaixonei-me por este trabalho e, graças ao dízimo pudemos e podemos manter muitos trabalhos e atividades. A implantação foi dificílima, pois havia muita resistência entre os paroquianos e pouca gente para se preparar e responder as possíveis questões que vez ou outra ainda nos fazem.

Por alguns domingos, participava de todas as missas para falar do dízimo. Hoje, consideramos que está bem implantado, apenas precisamos ampliar o número de dizimistas, pois para manter esta estrutura tão grande, fica muito caro. Estamos com cerca de 1.250 dizimistas, mas temos potencial para muito mais. Temos uma equipe sólida, colaboradora e confiante. Além da coordenação da nossa equipe, também sou coordenador da Pastoral do Dízimo da Região Belém e, participo da coordenação arquidiocesana. Meu envolvimento nos trabalhos da igreja é uma forma de agradecer a Nossa Senhora, por tantas graças que recebi, em toda a minha vida”, finaliza o senhor Gonçalo, completando: “hoje temos, inclusive, como padroeira, Nossa Senhora do Dízimo, devoção que começou em 2009, em Moçambique, na África”.

Miguel Mota