Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Do Sertão Paraibano, para Vila Formosa

Entrevista-01Nesta edição conheceremos melhor um casal paraibano: “Nasci em Mamamguape, na Paraíba, em 1941. Perdi minha mãe aos nove anos e, por ser a mais velha, eu cuidava dos meus três irmãos menores e do meu pai. No entanto, meu pai faleceu três anos depois, quando eu tinha 12 anos. Depois disso nos separamos e cada um foi para uma família diferente. Eu fui morar na casa de uma senhora que me ensinou a rezar muito, ou melhor, minha mãe já havia ensinado e ela deu continuidade. No trabalho, também, pois continuei a trabalhar na roça. Aos 14 anos um tio me encontrou e me levou para morar com ele em Rio Tinto, cidade vizinha, onde fui trabalhar numa tecelagem”, conta, Dona Maria Ana da Costa, mais conhecida como Dona Maria.

“Eu nasci em Rio Tinto, também na Paraíba, em 1941. Eu trabalhava na tecelagem e havia e havia estudado no Senai. Nós nos conhecemos porque ela fez um curso na tecelagem e me convidou para ser seu paraninfo. Desde então não nos separamos mais”, complementa o Sr. José Freire da Costa.

Como normalmente acontece, no início a participação na igreja era pouquíssima: “lá eu sempre ia na missa aos domingos. Ele, não, raríssimas vezes ia. Eu fiz parte das Filhas de Maria, grupo que deixei quando me casei.

Entrevista-02Nós nos casamos em 1963, dois anos depois tivemos nosso primeiro filho, José Carlos. Em 1966, viemos para São Paulo e fomos morar num pensão, junto com um irmão dele, aqui próximo na rua Arapoca. Dois meses depois fomos para o Carrão, na rua Juru”, relembra dona Maria. “Eu quando vim para cá, já vim indicado para trabalhar na tecelagem Guilherme Giorgi, onde fiquei por cerca dois anos e depois fui para outras. Na rua Juru, ficamos por cerca de um ano e meio, quando nos mudamos para aqui próximo dos correios, no “Buraco Quente”. Aqui em São Paulo tivemos outros três filhos: Jonas, Joel e a única filha, Josie”, acrescenta o Sr. Freire.

Sempre se preocuparam com os estudos dos filhos: “eu não pude estudar. Eu via as freiras com os alunos lá na Paraíba e pensava um dia estudar, mas principalmente, colocar meus filhos numa escola de freira. Aqui, conseguimos que estudassem no Externato e depois no Colégio Nossa Senhora do Sagrado Coração. Fomos muito criticados por morar numa casa simples e pagar escola particular para os filhos. Mas hoje vemos o resultado e não nos arrependemos”, conta emocionada. Somente em 1995, graças a Irmã Lezir, que preparou a Josie e eu para sermos catequistas e me incentivou a estudar. Foi quando cursei o primeiro grau e concluí o segundo grau no ano de 2000. Nesta época já morávamos em Itaquera. Hoje moramos no Jd. Imperador, mas nunca deixamos de frequentar aqui. Inclusive hoje sou catequista novamente” complementa, novamente emocionada.

 

Entrevista-03Atualmente, o casal ajuda na Pastoral do Menor, todas as tardes de sábado: “O Pe. Manoel que nos ‘arrastou’ para lá. Porém, o Freire foi sempre nosso motorista nos levando para lá e para cá, de acordo com as necessidades. Sou muito grata a Nossa Senhora do Sagrado Coração, por muitas graças que me concedeu, especialmente por ter parado de fumar, pois fumava muito e quando tive minha filha, fiquei desesperada, pois o leite secou. Implorei a Ela e por volta de meia hora voltou e não secou mais”, finaliza ela.

 

Miguel Mota.