Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Músico no carrilhão, por pouco tempo

Francisco-01-PaisNeste mês conheceremos um pouco mais do paulistano, Sr. Francisco Egídio Fonseca, com uma pequena participação de sua esposa, Sra. Sandra Maria Manilha Fonseca: “Nasci aqui na Vila Formosa, em 1953, na então rua do Caguaçu, atual Rua Angá. Meus pais sempre participaram da comunidade, inclusive casaram-se na nova igreja em construção, hoje o Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração. Foi nesta igreja que fui batizado e participei da catequese onde recebi o primeira eucaristia e a crisma”, conta ele. “Eu também nasci aqui próximo, porém, tive participação maior na Nossa Senhora de Lourdes. Depois, quando começamos a namorar e quando vim morar por aqui, frequentávamos sempre as missas no santuário, especialmente a dos jovens, às 10h30”, completa ela.

Poucas pessoas tocaram ou tocam o famoso carrilhão do Santuário: “Minha mãe era amiga da esposa do Sr. Darci Ferrari. Por muito tempo era só ele quem tocava. Porém, no início da década de 1970 ele deixou de tocar. Eu sempre fui músico e sou professor de música. Tocava violão, por exemplo, desde criança. E, algumas vezes, acompanhei-o até o carrilhão e pude observá-lo tocando. O Sr. Delfim, então sacristão, convidou-me para experimentar tocar o carrilhão. Foi aí que comecei e por três anos, 1974, 1975 e 1976, tocava sempre. Participávamos da missa das 10h30, inclusive eu cantava no coral, e todos os domingos das 15h às 16h tocava o carrilhão em preparação à então tradicional missa das 16h30. No último domingo do mês de maio, dia da festa, tocava especialmente na recepção das romarias. Neste período, somente eu tocava lá. Eu também fazia a manutenção, com a ajuda do Sr. Delfim, do maquinário, especialmente lubrificando-os. Também conheci o carrilhão da Sé com a ajuda do Sr Wilson que fazia a manutenção dos relógios daqui e da Catedral da Sé. O carrilhão da Sé estava completamente abandonado, não era possível tocá-lo”, complementa o Sr. Francisco.

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Dois fatos são marcantes, com relação ao carrilhão: “Nunca tirei foto lá em cima. No entanto lembro-me que em 1976, o jovem jornalista, Carlos Nascimento, veio com uma senhora holandesa para que ela tocasse o carrilhão. Primeiro foram à catedral, mas não gostaram. Como era paraplégica, foi necessário carregá-la até o local, escada acima. No entanto, tocou bastante e usou alguns protetores nos dedos feito com couro de carneiro. Inclusive deu alguns para mim”, relembra sorrindo.

“Um outro fato foi por ocasião do natal, também de 1976. A TV Cultura preparou um especial para o natal e veio gravar uma música aqui. Fiquei mais de seis horas, mas conseguiram a gravação que queriam, pouco mais de três minutos. Inclusive, alguns meses depois me enviaram um cachê por participação no programa especial de natal”, conclui, também, sorrindo.

Francisco-04-Coral-dec-1970“Porém, em 1977 comecei a faculdade, e o tempo diminuiu muito, e, a mudança para outro bairro dificultou ainda mais a participação.

Há alguns anos, frequentamos outra comunidade, mas vez ou outra, participamos de alguma celebração aqui”, finaliza ele.

 

 

Miguel Mota