Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Não prevalecerão! (Mt 16,13-19)

27/08/2017 – Não prevalecerão! (Mt 16,13-19)

Em sua missão na terra, Jesus enfrentou permanente oposição do demônio, (via direta, como nas tentações do deserto e do Getsêmani, e indireta, por mediações humanas, como Herodes, fariseus e Sacerdotes). Toda a vida de Jesus manifesta um caráter agônico, combate que só teve fim com sua morte e ressurreição. Isto deve estar bem claro para nós: Cristo tem inimigos. Inimigos espirituais, como os demônios que ele expulsava e reclamavam asperamente de sua interferência (cf. Mc 1, 24), mas também adversários humanos, como os fariseus de seu tempo, o discípulo que o traiu e até os próprios familiares, que tentavam retê-lo, julgando-o fora de si (cf. Mc 3, 21).

Natural que a Igreja, continuando a missão de Jesus, viesse a enfrentar a mesma hostilidade. Ele advertira: “No mundo tereis aflições. Coragem! Eu venci o mundo.” (Jo 16, 33.) Mas temos a promessa de Jesus que mantém firme nossa esperança. Ao proclamar o primado de Pedro, Jesus diz: “E eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” (Mt 16, 18.) Nos muros da cidade, a “porta” é importante elemento nas guerras primitivas. Se ela resiste aos ataques do invasor, os defensores estão seguros.

Ao longo da História, a Igreja foi cercada de inimigos ferozes. Perseguida por césares romanos e sultões orientais, seus fiéis foram caçados, exilados, condenados aos campos de concentração. Muitos exércitos invadiram Roma. Todos eles – tribos bárbaras, tropas napoleônicas, tanques nazistas – foram aniquilados a seu tempo, e a Igreja de Cristo permanece de pé. Hoje, a hostilidade dos inimigos mudou de tática. Mesmo sob os véus diáfanos da democracia, da liberdade de culto e do pluralismo ideológico, a Igreja ainda é o alvo preferencial do anticristo. Setas e obuses foram trocados por páginas de revistas e telas de TV. Ali, uma enxurrada de calúnias e de meias-verdades ainda visa à destruição do Corpo de Cristo, que é a Igreja.

Natal de 2005, o locutor da TV Globo lê notícia sobre pesquisas terapêuticas com células-tronco. Finda a nota, olha para a câmara e acrescenta breve comentário: “A Igreja Católica não admite as pesquisas com células-tronco.” E o telespectador iludido vê a Igreja como uma entidade conservadora, inimiga da humanidade. Só que o comentário era falso. A Igreja se opõe ao uso de embriões humanos para tais pesquisas, mas admite o uso de tecido umbilical e de outras fontes. Mas o alvo já fora atingido…

Orai sem cessar: “Tuas muralhas estão constantemente sob os meus olhos.” (Is 49, 16)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.