Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Para não serem enganados… (Lc 21,5-11)

24/11/2015 – Para não serem enganados… (Lc 21,5-11)

Este Evangelho mostra mais uma vez a atenção de Jesus para com seu rebanho. Ele diz: “Cuidado!” O original grego traz o verbo “blépete”, ou seja, abram bem os olhos! O Mestre tem em mente a facilidade com que as pessoas e comunidades podem ser vítimas de espertalhões e líderes mal intencionados que exploram a credulidade do povo.
Ora, é diante de nossos olhos que desfila na televisão uma legião de falsos profetas que se apoiam no nome de Jesus Cristo, prometendo curas com hora marcada, sucesso financeiro e uma vida sem sofrimentos.

Não é coisa nova. Ao longo da história, repetem-se os anunciadores do fim do mundo, como ocorreu com Montano (Séc. II) e seus seguidores, e tantos outros profetas da catástrofe na virada do ano 1000, incitando os fiéis a venderem seus bens e subirem aos montes, à espera da Vinda de Cristo.

Pior ainda ocorreu com os 918 seguidores do pastor Jim Jones, na Guiana, que os induziu a cometeram suicídio coletivo em novembro de 1978. A seita estava sob investigação após denúncias de ameaças físicas e morais, com os fiéis isolados das famílias, vítimas de tortura psicológica, exigência de entrega de propriedades e da renda dos membros, interferência no casamento e na vida sexual dos casais.

Mesmo em comunidades católicas têm ocorrido casos recentes de abuso de poder, mitificação de lideranças e desvios de conduta, motivando a intervenção da Santa Sé e o afastamento dos dirigentes.

Para “abrir os olhos” e seguir o alerta de Jesus, há critérios a serem observados: 1) Quem está no centro de tudo? É a pessoa de Jesus Cristo ou a liderança humana? Se não for Jesus, vai mal! 2) Existe transparência na vida financeira da instituição? 3) Respeita-se a liberdade de consciência dos indivíduos e a autonomia das famílias? 4) As decisões têm participação comunitária ou derivam de decretos imperiais? 5) O grupo professa obediência ao bispo local?

Mas existe um critério definitivo: a Cruz! Não existe cristianismo sem cruz. Desde o êxodo de Israel, quando a Serpente de bronze foi erguida no madeiro, é para Jesus crucificado que devemos erguer nossos olhos. Só de Jesus nos vem a salvação. Se aparecer alguém prometendo cristianismo fácil, está mentindo.

Orai sem cessar: “Não a nós, Senhor, mas a teu nome dá glória!” (Sl 115,1)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.