Santuário de Nossa Senhora do Sagrado Coração

Vila Formosa - São Paulo - Brasil

Vossas pérolas… (Mt 7,6.12-14)

21/06/2016 – Vossas pérolas… (Mt 7,6.12-14)

O imperativo de Jesus a seus seguidores é de valor permanente: “Não lanceis vossas pérolas aos porcos!” Aqui, “pérolas” designa algo de valor; “porcos” sugere elementos incapazes de reconhecer o valor intrínseco dessas pérolas… Na verdade, quem entregasse aos porcos as suas pérolas estaria igualando-se aos porcos, desconsiderando valor delas.

Parece que as pérolas não estão na moda. Mas já estiveram. Quando ainda não eram cultivadas por processos artificiais, a pérola devia ser buscada no fundo do oceano, com os mergulhadores arriscando a própria vida para chegar até elas. Uma vez alcançadas, seguiriam seu curso até as coroas do rei e os colares da princesa.

Para as famílias de hoje, quais seriam as suas pérolas? Certamente, os filhos, protegidos da correnteza de lama que escorre da televisão; vacinados pela fé contra a maré de ateísmo que invade as universidades; sustentados pela oração dos pais zelosos e responsáveis; envolvidos pela atenção da comunidade cristã.

Para a Igreja de hoje, quais seriam as nossas pérolas? Certamente, os Sacramentos a ela confiados pelo Senhor Jesus. Quando São Tarcísio preferiu morrer a entregar aos jovens pagãos a hóstia consagrada que ele levava aos cristãos encarcerados, o jovem mártir sabia muito bem que eram “pérolas” que lhe tinham sido confiadas.

Quando vemos noivos que se apresentam para o sacramento do matrimônio e o celebram sem nenhuma noção da santidade desse ato, logo pensamos em pérolas na lama. Quando vemos jovens despreparados que saem do Sacramento da Confirmação para nunca mais voltarem à Igreja, até a data do casamento, é impossível não pensar em “pérolas” na sarjeta. Quando vemos o tempo das homilias desperdiçado em comentários políticos, análises socioeconômicas, divagações teológicas, enquanto o nome de Jesus permanece na sombra, fica evidente que desprezamos a Pérola principal.

É óbvio que nada disso ocorre sem responsabilidades e sem culpa, sem onerar de forma grave aqueles que desperdiçam os dons de Deus. Somos todos responsáveis pelo zelo com as coisas santas, pelo cuidado com a herança deixada por Jesus Cristo.

Afinal, como diz o salmista, “o zelo por tua casa me devora”… (Sl 69,10)

Orai sem cessar: “Estou animado de ardente amor por Jerusalém!” (Zc 1,14)

Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova Aliança.